terça-feira, 29 de maio de 2012

O peso da vida

 


Tem um livro chamado "A Insustentável leveza do ser" nele se discute de forma filosófica a leveza (liberdade) versus peso (comprometimento). A leveza, porém, despe a vida de seu sentido. O peso do comprometimento é uma âncora que finca a vida a uma razão de ser, qualquer, que se constrói - sob uma perspectiva existencialista.

Falando de outro grande pensador, Jesus, ele diz que fomos chamados para a liberdade, mas não essa liberdade descompromissada retratada no livro, ele fala da liberdade de podermos  fazer aquilo que nos propomos a fazer. Muitas vezes, vícios e comportamentos compulsivos nos fazem escravos de nosso desejo, fazemos o que nossos impulsos determinam, e não somos capazes de impor nossa vontade sobre nada. Essa vã liberdade é uma expressão de uma vida sem ordem, sem princípios, o que nos faz devagar no tempo e no espaço, sem rumo.

Jesus diz outra coisa que cabe nesse comentário: ... pegue sua cruz e siga-me.  Aqui tem outra parte do texto representada. O peso da existência pode ser entendido aqui como o carregar a cruz. A cruz é o esforço, determinação, vontade, envolvimento, entrega, compromisso. É entender que os terrenos acidentados da vida (problemas, doenças, etc..) devem ser atravessados, sem atalhos.

Agora saindo um pouco do existencialismo e indo mais para o evangelho, Jesus também disse que seu fardo era suave e seu jugo era leve. Que se lançássemos sobre ele as nossas angústias ele iria nos aliviar do peso do mundo. Que estaria ao nosso lado nos momento difícieis e que não nos daria nada que não pudéssemos carregar. Que podemos viver a vida compromissadamente, mas sem nos atolarmos nos problemas da vida. É buscar fazer o melhor, e se nos cansarmos, ele renova nossas forças e dá paz ao nosso coração. A existência pode ser um peso, mas a vida em Jesus é a liberdade de se escolher ficar junto, de ir até o fim, custe o que custar, que não vamos parar na primeira barreira. É esvaziar-se para sentir-se pleno, é doar para receber, é sacrificar-se para ressucitar.


Um comentário:

  1. A vida cristã, só é saudável, quando somos livres para executa-la com todo nosso coração, de bom grado, por outro lado, vivemos num universo, governado por um Deus soberano, e nossa liberdade, termina onde começa a liberdade dele, o ser humano é livre, mas não autônomo, não podemos, nem devemos deixar que essa liberdade seja desculpa para fazermos coisas erradas, assim como não devemos nos prender a ritualismo, pois o fardo de Jesus, ainda que seja um fardo, é um fardo leve e suave, o cristianismo não é uma religião de rituais, mas de vivencia de uma nova vida...

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